O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra a Universidade Harvard nesta terça-feira (15), ameaçando retirar a isenção fiscal da instituição e exigindo um pedido público de desculpas. A escalada ocorre um dia após o governo anunciar o congelamento de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) em financiamentos federais destinados à universidade.
Em publicação na rede social Truth Social, Trump sugeriu que Harvard seja tratada como uma entidade política caso continue a “promover ideologias políticas” que, segundo ele, estariam associadas a “apoio ao terrorismo”. “Talvez Harvard deva perder seu status de isenção fiscal e ser tributada como entidade política”, escreveu. “Lembrem-se, a isenção fiscal depende totalmente de atuar no interesse público!”
Nos Estados Unidos, universidades gozam de isenção de impostos federais, benefício que pode ser revogado se as instituições forem consideradas envolvidas em atividades políticas ou que se desviem de sua missão educacional.
Mais tarde, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump espera um pedido de desculpas formal por parte da universidade. “O presidente quer ver Harvard se desculpar, e Harvard deveria se desculpar”, declarou.
A tensão entre o governo e Harvard se intensificou após a universidade se recusar a implementar uma série de mudanças exigidas pela Casa Branca. As medidas incluíam alterações em critérios de contratação e admissões, auditorias externas em departamentos acusados de fomentar assédio antissemita e monitoramento de alunos considerados “hostis” aos valores americanos.
Harvard afirmou que as exigências violam sua autonomia e classificou a tentativa de intervenção como ilegal. A resposta firme da instituição foi vista como um marco no embate entre o governo federal e o setor acadêmico, especialmente em meio a um contexto mais amplo de cortes e pressões contra universidades de elite nos EUA.